sábado, 27 de junho de 2009

VALE A PENA SER UM ATLETA DE FIM DE SEMANA?

Muitas pessoas que alegam não ter tempo de fazer exercícios durante a semana deixam os finais de semana para praticá-los. Mas, nós sabemos que para melhorar o condicionamento físico de forma segura e eficiente é importante fazer exercícios regularmente.

Se você quiser fazer caminhadas, alongamentos e actividades leves nos finais de semana, para sentir bem-estar, tudo bem. Agora, fazer exercícios de alta intensidade e sobrecarga apenas duas vezes por semana pode representar futuras lesões, além de não melhorar em nada o seu condicionamento físico.

Correm riscos de lesão tanto os desportistas de fim de semana como os atletas com excesso de treino. Entre estes, estão as pessoas consideradas activas fisicamente, que adquirem os benefícios da actividade física com menor probabilidade de lesão.

Assim, a prática esporádica de desportos pode ser tão prejudicial à saúde quanto a vida sedentária. Por isso, aí vai um alerta para os atletas de fim de semana: fazer exercícios físicos extenuantes apenas de vez em quando é errado.

Na medida certa, a actividade física reduz o risco de morte por doenças cardíacas, hipertensão e diabetes. Ajuda no controle de peso e promove o bem-estar. Em contrapartida, o excesso de actividade física pode provocar problemas hormonais e lesões.

Entre as lesões estão:

Luxação: é a separação ou deslocamento das partes ósseas numa superfície articular ou perda completa da superfície de contato entre os ossos de uma articulação. O ombro é o campeão das luxações.

Tendinite: resposta inflamatória a um micro-trauma de um tendão. Esse mal é mais comum em atletas que fazem esforço físico repetitivo, como os tenistas, que apresentam inflamação do tendão do antebraço. Mas, os atletas esporádicos também apresentam tendinites.

Contusão: é uma escoriação, geralmente decorre de pancadas e batidas. Quanto menos resistentes forem os músculos, maior é a contusão.

Entorse: lesão articular que ocorre quando o movimento numa articulação excede a amplitude normal do movimento, ocorrendo um deslocamento súbito da articulação. O mais comum é a entorse no tornozelo e no joelho.

Distensão muscular: nome comum para uma ruptura de fibras musculares ou do tecido fibroso do músculo, geralmente causado por um esforço muito grande ou por stress muscular. Também chamado de estiramento muscular.

Ruptura de tendão ou ligamento: o joelho é o campeão deste tipo de lesão. Músculos fortes protegem mais os ossos, ligamentos e tendões.

Fractura: os ossos de pessoas sadias se tornam mais densos e fortes quando submetidos à pressão constante, por isso, pessoas activas que fazem exercícios com regularidade, têm menos probabilidade de fracturas. Tanto os atletas de fim de semana, como os atletas profissionais, podem apresentar fracturas por stress.

A dose ideal de actividade física é individual e delimitada pelo prazer e pela dor. Devem ser levados em conta a idade, motivação, aptidão e o biotipo. Sempre com base numa avaliação física detalhada.

SERÁ QUE VALE A PENA?



quarta-feira, 17 de junho de 2009

GEIRA ROMANA - Via Nova


A VIA NOVA, em especial o traçado entre o lugar de Via Cova, Amares e Baños de Rio Caldo, Lóbios, constitui um monumento excepcional, um património científico, cultural, pedagógico e turístico único.
A possibilidade de percorrer o caminho romano, ao longo de quilómetros, quase sem interrupções, os extensos troços de calçada, a quantidade invulgar de miliários, as ruínas de pontes sobre rios caudalosos, as pedreiras de onde se extraíam os miliários, a visibilidade da via para a envolvente, o contexto paisagístico em que se insere, formam um recurso notável.
A quantidade de miliários concentrados neste tramo da VIA NOVA, sem paralelo noutras áreas do Império Romano, a floresta que os envolve, suscitam uma magia extraordinária, resumida por uma arqueóloga italiana, da Universidade de La Sapienza de Roma, numa feliz expressão: “Foresta di Migliari”.
Como a Confraria Trotamontes tem somente em projecto provas "mágicas", esta será a magia que tentaremos em parceria com o .COM dar aos atletas que amam a pratica da corrida em plena Natureza.

Os miliários eram marcos colocados na margem das principais vias romanas, a cada mil passos (o que corresponde a 1480 metros).
Indicavam a distância à cidade de origem do caminho. Para além da distancia, era também gravado, em cada miliário, o nome do imperador reinante, que mandou construir a estrada ou recuperá-la. A forma destes padrões graniticos é geralmente de secção cilindrica, possuindo dimensões diversas, que rondavam, em média, os 1,70 metros de altura e 1,27 metros de perímetro.
De uma maneira geral, os miliários do século IV são mais pequenos e têm menor diâmetro que os mais antigos, ostentando inscrições quase sempre de medíocre qualidade. A altura dos miliários permitia que as informações nelas inseridas pudessem ser lidas a pé, a cavalo ou mesmo de carro, sem que para isso fosse necessário abrandar a marcha.
Os miliários eram implantados nas principais vias do império, sabendo-se, presentemente, que boa parte deles não se encontra in situ, tendo sido removidos para imediações, ou para outros locais mais distantes.

A Via Nova Romana estende-se, quase sempre à mesma cota, ao longo dos contrafortes setentrionais da Serra de Santa Isabel. Desconhecemos se já na época romana o traçado da Geira foi utilizado, expressamente, com essa finalidade, mas é um facto que hoje separa o agger do saltus, nas milhas que correm entre Santa Cruz e Covide. Para o topo estendem-se, as terras de pasto, em que os matos são periodicamente aproveitados, e o coberto vegetal, renovado pelas queimadas. Logo abaixo da Geira fica a meia encosta coberta com bouças de pinheiros e castanheiros. Em redor dos aglomerados, no último terço das vertentes e no vale, ficam as terras de cultivo, distribuídas em socalcos. Nestes campos cultivam-se, actualmente, produtos hortícolas e o milho maïs. Outrora, antes da introdução do milho maïs, o milho miúdo e o linho.

A maior parte das aldeias fica entre a Geira e o vale, embora existam, também, núcleos populacionais mais encaixados na montanha. No concelho de Terras de Bouro a população distingue entre os de cima e os de baixo, conforme a posição da aldeia relativamente à Geira.

Em Covide a Via Nova Romana atravessa uma extensa Veiga, separada em duas unidades pelo próprio lugar. De Covide o caminho romano sobe ligeiramente até à Veiga de S. João do Campo, quase plana, que atravessa no sentido nordeste, até alcançar de novo o Vale do Rio Homem. Para cima de Campos de Gerês, entre as milhas XXIX e XXXIV, a Geira, corre ao longo do Vale do Homem, encostada aos contrafortes ocidentais da Serra do Gerês. Do lado oposto erguem-se as vertentes escalavradas da Serra Amarela. Neste trajecto a VIA NOVA é envolvida pela Mata da Albergaria, floresta em que predomina o quercus robur, associado ao azevinho.

Da Portela do Homem desce até ao Lima pelo vale rectilíneo do Rio Caldo, de origem tectónica.