segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

PR 3 - Caminho do Sol Nascente

Na pacata manhã de 3ª feira de Carnaval vestimos a pele de pedestrianistas e avançamos até à serra da Freita, mais objectivamente à aldeia de Moldes, para aí começar o percurso PR3 em circuito com cerca de 13 km.
O Vale de Moldes é de grande beleza visto de qualquer ponto elevado dos montes que o rodeiam, mas é particularmente belo quando contemplado do alto da Sra. da Mó.
Revestido de oliveiras nas vertentes abrigadas, guardando soutos luxuriantes nas zonas nascente e sul, elevando-se em socalcos, do centro para a periferia, em todas as suas vertentes.
Último refúgio da castanha de Arouca, cava-se numa região de contactos de rochas: granito nas vertentes poente e sul, xistos antigos a norte e a nascente.
A origem do topónimo Moldes tem sido bastante discutida. Segundo Manuel Rodrigues Simões Júnior e Almeida Fernandes, esta designação resulta da evolução do latim molinos (moinhos). Existem documentos que falam da "Villa Ribulo Mollides" e as "Memórias Paroquiais" referem que o " rio de Moldes tem quarenta levadas... e trinta e oito são de moínhos". Assim, o topónimo virá de rio de Moinhos - rio de Moldes.
Vários documentos relatam as vicissitudes por que Moldes passou durante a invasão árabe. Esta região era importantíssima em toda a estratégia militar, tanto muçulmana como cristã, nela tendo ocorrido sucessivas refregas que quase sempre ocasionavam a destruição da Igreja Matriz.
O Pr3 " Caminhos do Sol Nascente" é um percurso de pequena rota, com cerca de 13 kms, circular, com um pequeno ramal de acesso à Igreja Matriz de Moldes, onde se inicia.

Por ser circular pode ser iniciado em qualquer dos lugares por onde passa e em qualquer sentido, mas por a subida de Moldes para Bustelo ser mais suave é por aqui que faremos a sua descrição.

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Junto à Igreja de Moldes tomamos a estrada asfaltada na direcção de Fuste e, passados 300 metros, depois da bifurcação para Friães, abandonamo-la, tomando à direita um caminho que nos leva à Serra.
Seguindo as marcações amarelas e vermelhas encontramos um caminho antigo que, subindo, nos conduz por um bosque onde predomina o pinheiro, aqui e ali salpicado de castanheiro e carvalho. Alguns eucaliptos também.
Continuando por ele e após frondoso bosque de castanheiro e carvalho, chegamos a Bustelo.
Depois de pequeno descanso para recuperar energias, podem contemplar-se, do coreto, os bem tratados campos em socalcos, após o que se percorre a aldeia pelo seu caminho mais antigo, passando uma rústica, singela e bela fonte de água cristalina e fresca e entrando de novo em caminho de asfalto em direcção à antiga escola. Junto desta, retomamos os caminhos antigos e tradicionais.

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Depois de atravessarmos o ribeiro de Espinho, tomamos um caminho, à esquerda, que sobe suavemente, sob as ramagens frondosas de outro bosque.
Numa curva apertada, tomamos o caminho da esquerda, um caminho muito antigo que fazia a ligação das aldeias de montanha ( Cabreiros, Tebilhão e Cando) à sede do Concelho. Era por aqui que se faziam os funerais para o cemitério de Moldes. Seguindo pelo dito caminho, que sobe suavemente, atingimos um moinho ladeado de belos exemplares de azevinho e a seguir umas alminhas. Para montante os campos e as aldeias de Adaúfe. Aqui podemos admirar as cascatas do lindo ribeiro das Rocas, aproveitando para um pequeno descanso.

Depois de atravessarmos o ribeiro numa pequena ponte de arco seguimos, subindo suavemente, até Espinheiro. Embora o percurso passe ao lado, a arquitectura e a construção tradicional, onde impera o granito e o xisto nas coberturas, merece uma visita. Aqui, ao contemplarmos um sinal vertical - Restaurante Casa no Campo - não hesitámos, fizemos uma pausa maior com almoço. O Cozido à Portuguesa, a Posta Arouquense e a Sopa Seca (como sobremesa), são os pratos de excelência nesta paragem muito convidativa.

Atravessada a estrada de asfalto que liga Adaúfe a Espinheiro, passamos por detrás deste último lugar continuando a subir a Serra. Após atingirmos largo estradão, estamos na quota máxima:770 metros de altitude. Daqui temos deslumbrante panorâmica sobre o vale de Moldes e a Sra da Mó, a norte; par Nordeste a Serra do Montemuro, para Noroeste os campos em socalcos de Adaúfe e de Bustelo. Com frequência ouvimos o piar da águia- de- asa - redonda que, muitas vezes, podemos ver, e com sorte avistaremos alguns esquilos.

Descendo pelo estradão, rapidamente atingimos, no final deste, um grande tanque comunitário de regadio tradicional. Neste local seguimos pelo caminho de asfalto, para a direita, até Fuste.
Depois de admirarmos alguns motivos interessantes (eiras espigueiros, ramadas de vinhas...) seguimos pelo caminho tradicional até ao núcleo mais antigo da aldeia. Admire-se o moínho agora parado. Depois de passarmos por um "túnel" de ramadas, outra vez a estrada de asfalto que nos leva até a escola.

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Imediatamente após esta, tomamos o caminho da esquerda, descendo para vila Cova e para o vale de Moldes. Admire-se o frondoso bosque, um dos mais bem conservados de Arouca, e no seu sub-bosque alguns exemplares de azevinho, loureiro e medronheiro, entre outros.

Chegados a Vila Cova, ao asfalteo, continuamos por ele, para a esquerda. Observe-se, daqui, a forma integrada e harmoniosa dos núcleos habitacionais de Póvoa e de Friães: os bosques circundantes, os cultivos de milho, as ramadas de vinha...
Passados 900 metros deixamos a estrada de asfalto, atravessamos uma pequena ponte de arco e estamos, outra vez, num caminho tradicional. Passamos Póvoa e a seguir Friães e pouco depois estamos de novo na Igreja de Moldes. Destes caminhos ora asfaltados, ora empedrados, estendemos sobre a paisagem os derradeiros olhares de quem esta de partida, já com vontade de voltar....

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

A minha 33ª Maratona em Sevilha.

- Que diferença fará a 33ª da 32ª a das anteriores? Que experiência e conhecimento poderei relevar nesta que não apreendi nas antecedentes? Será só mais uma plena de esforço, de satisfação e de convívio?
Efectivamente, é mais um episódio que visionei e gravei, para mais tarde ordenar os "negativos" e fazer um bom filme relativo à epopeia que se chama Maratona.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Geira - Via Romana

Dez aventureiros calçaram os sapatos mais resistentes e partiram para um treino de grupo no Gerês. Data: 6 de Fevereiro de 2010, pelas 10 horas na Portela do Homem demos início à aventura de percorrer 44 km na via que ligava Braga a Astorga, não sem antes dispararmos sem regra as máquinas de registo fotográfico.

O tempo estava triste, sem chuva, óptimo para correr. Iniciámos a descida pela Mata de Albergaria passando pela Casa-Abrigo do Académico em ruínas, junto ao parque de campismo, outrora utilizado pelos amantes do Parque Natural da Peneda-Gerês, rumo ao antigo viveiro das trutas. Sem delonga, após um clip de vídeo para o "Youtube", continuámos a nossa progressão para a Albufeira de Vilarinho. Antes da nossa passagem em S. João do Campo, fizémos um interregno na Cerdeira - parque de campismo de eleição administrado pelo nosso camarada José Carlos do Clube de Orientação do Minho - para um café, um bolo e uma curta conversa sobre os trails de montanha.